Maio Amarelo se inicia com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito no Brasil e em todo o mundo. As estatísticas estão um pouco desatualizadas, mas o consenso é que os números de mortes e pessoas que ficam com sequelas, muitas irreversíveis, são estarrecedores. Por dedicarem a sua atuação profissional à reabilitação física destas milhares de vítimas no trânsito, os médicos fisiatras e a Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (ABMFR) mobilizam-se em torno do Movimento Maio Amarelo, uma iniciativa no Brasil do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV).
Em 2023, ano da última estatística consolidada, 34.881 pessoas morreram no trânsito no Brasil, quase 1.000 a mais do que no ano anterior. No ano passado, somente nas rodovias federais, ocorreram 6.160 mortes, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Já as vítimas com sequelas ultrapassam os 500 mil por ano no Brasil, segundo estimativa do Observatório, ou seja, a cada ano milhares de pessoas têm suas vidas as de familiares impactadas, muitas vezes, de maneira irremediável. Os acidentados precisam do suporte familiar, auxílio financeiro, custeio de medicamentos e, sobretudo, tempo para a reabilitação e possível reorganização dos hábitos cotidianos quando sofre sequelas permanentes. Muitos eram provedores de recursos e, ao deixar de ser produtivos economicamente, desestabilizam suas estruturas familiares.
Estado de São Paulo - Nos três primeiros meses deste ano, 1.416 pessoas morreram no trânsito no Estado de São Paulo, segundo dados do Infosiga consolidados pelo Detran-SP, aumento de 4% em relação ao ano passado, quando houve 1.357 mortes. Os dados podem ser obtidos no site https://www.infosiga.sp.gov.br/.
“A sociedade organizada e, sobretudo, as várias esferas do poder público precisam intensificar campanhas e aprimorar mecanismos e leis para reduzir ao máximo os acidentes”, afirma o médico fisiatra Celso Vilella Matos, presidente da ABMFR.
Em meio desta triste realidade, Dr. Celso destaca uma boa notícia. “Felizmente, houve avanços importantes das terapias de reabilitação e das tecnologias empregadas para oferecermos a melhor qualidade de vida possível aos pacientes e sempre buscando que voltem a ser produtivos e resgatá-los à sociedade”, afirma o médico fisiatra.
Entre os muitos avanços, o presidente da ABMFR relaciona:
- Exoesqueletos robóticos, que permitem que pacientes com lesões medulares ou outras sequelas neurológicas treinem a marcha durante a reabilitação, facilitam a neuroplasticidade (reaprendizado neuromotor) e reduzem complicações como contraturas e osteoporose;
- Estimulação elétrica funcional (FES), técnica que utiliza correntes elétricas para ativar músculos paralisados, auxiliando na recuperação de movimentos em pacientes com lesão medular, AVC ou traumatismo cranioencefálico;
- A realidade virtual aplicada à reabilitação e a gameterapia, que oferecem exercícios interativos e motivadores, melhoram o equilíbrio, coordenação motora e cognição, especialmente em jovens vítimas de acidentes;
- Plataformas de equilíbrio e marcha com biofeedback que, munidas de sensores e softwares, ajudam na correção de padrões motores comprometidos e permitem analisar e treinar marcha, equilíbrio e postura em tempo real;
- Ultrassom terapêutico e laser de baixa intensidade, utilizados para reduzirem a dor e a inflamação em lesões musculoesqueléticas agudas e crônicas, facilitando a cicatrização de tecidos e a recuperação funcional;
- Reabilitação personalizada e uso de inteligência artificial, permitindo que o médico fisiatra realize avaliações funcionais detalhadas para monitoramento e adaptação do plano terapêutico conforme o progresso do paciente;
- Próteses e órteses de última geração que ajudam na locomoção com maior conforto e independência e, já em desenvolvimento, com sensores mioelétricos e comando por pensamento.
Dr. Celso destaca que a reabilitação física da vítima de acidente de trânsito é um trabalho multidisciplinar, que envolve médicos fisiatras, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, fonoaudiólogos, entre outros. “Todos nós atuamos integrados e com um só foco: restaurar a função e a autonomia do paciente, com reabilitação voltada para atividades da vida diária, retorno ao trabalho e à vida social”, finaliza o presidente da ABMFR.
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